O dia que conheci o Emerson Fittipaldi.
Acho que foi em Novembro de 1966. Eu acordei bem cedo e fui para o autódromo de Interlagos, uma pista no meio de um matagal. Eu era um garoto que havia começado os estudos no Ginasial e que já era fascinado por corrida de automóveis. Meus amigos jamais pensavam em assistir as famosas Mil Milhas Brasileiras, corrida que começava no sábado e terminava no domingo. Daí resolvi ir sózinho. Só tinha dinheiro para a condução, 4 passagens de ônibus de ida e volta, graças a uma mesada ínfima que o meu pai me dava e que eu cuidava com muito carinho, para poder me locomover. Nas corridas, eu passava sede e fome, mas não me importava. Eu queria ver os bólidos de perto. Naquele dia, eu invadi a pista no começo da curva da Junção , após passar por baixo de uma cerca de arame farpado, porque não tinha grana . De repente eu estava no meio do autódromo, livre e solto para andar aonde eu bem entendesse. Acompanhei a corrida na sua fase decisiva. Vi os karmamm- ghias azuis com potentes motores Porsche quebrarem. Vi as Berlinetas Alpines terem o mesmo destino , outras máquinas potentes pararem na pista, e por volta do meio dia eu torcia e todos os espectadores torciam também para um pouco potente DKW Malzoni número 7, pilotado por dois jovens de 20 anos , Jan Balder e Emerson Fittipaldi que lideravam a corrida a menos de 6 voltas para o final, após correrem por longas horas atravessando a madrugada e a manhã do domingo ensolarado. Nesse momento, poucos minutos antes da bandeira quadriculada ser agitada , eu estava bem na reta de chegada e vi o DKW se arrastando para o bóx com o motor avariado. Foi uma frustração geral e a prova acabou sendo vencida pela lendária carretera corvette número 18 de Camilo Cristófaro e Eduardo Celidônio. Na minha frente, a dois metros de distância, eu vi no segundo degrau do pódio, um rapaz que chorava copiosamente e que o locutor oficial enaltecia o seu nome por quase ter ganho a corrida.- Palmas para Emerson Fittipaldi e Jan Balder. O moleque, o “Rato” que para mim é o maior piloto brasileiro de todos os tempos. Anos depois eu fiz uma saudação para ele no primeiro GP de formula 1 em 1972 e segui-o até a sua última corrida pela sua própria equipe, a brasileira Copersucar. Ao fazer uma matéria para um jornal paulistano, eu conversei com ele, supersimpático e com o José Carlos Pacce, em uma partida exibição de tênis entre os dois no Ginásio do Ibirapuera….(O “Rato”deu uma surra no “Moco”). Ficou para sempre na minha memória………
No último domingo, ele fez um depoimento no Fantástico que emocionou a mim e ao meu pai. O meu velho (91 anos) contou que carregou o Emerson no colo em uma festa na casa do antigo piloto Chico Marques, grande amigo dele .Foi quando resolvi escrever esse texto.
photos-google. No pódio, vemos o Camilo e o Eduardo segurando um “mug” e abaixo o Emerson chorando. Na foto acima, o DKW Malzoni de Emerson seguindo o KG Porsche.
“God Save the Queen”.
No próximo sábado, dia 02/06/2012, começam em Londres , Inglaterra , as festividades de celebração do Jubileu de Diamantes que comemora os 6o anos de reinado da Rainha Elisabeth II . Todo o mundo já sabe ou vai ficar sabendo….. Para mim é um evento marcante , pois me sinto como uma testemunha ocular da História, ao fotografar na década de 70, a Rainha Elisabeth II e o Duque Philip de Edimburgo, nas escadarias do Masp, Museu de Arte de São Paulo, em uma visita oficial ao Brasil.Essas fotos e negativos , infelizmente se perderam no jornal de Porto Alegre, Correio do Povo , que foi vendido para o bispo Edir Macedo, cujo representante não sabe o que aconteceu com o acervo iconográfico do jornal. Uma pena! Na época eu era um garotão free-lancer que fazia coberturas fotográficas para a a sucursal paulista do jornal gaúcho e que infantilmente bobeei a não tirar cópias para a posteridade. Coisas da juventude de um iniciante no jornalismo.
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