É aqui que eu encontro a paz absoluta.
Quando eu estava no hospital, eu aproveitei um cochilo da minha filha e dei uma “zappeada”na TV. Parei acho que na Globonews no exato momento em que o personagem de um documentário, o grande jornalista Joel Silveira, já falecido, disse que uma das maiores imbecilidades da vida é uma pessoa ser um alpinista. Balancei a cabeça e não concordei, mesmo não sendo um alpinista, mas sendo apenas um admirador das montanhas de grande altitude . É que ele não teve a felicidade de sentir o Divino, de se deixar levar pela emoção de conquistar o cume de uma montanha ,de andar no passo sagrado em cima de um cume ( -La-) ,de conviver com os povos que moram perto do céu. Nessas ocasiões eu me afasto das pessoas e de tudo que me faça lembrar a civilização e por mais ou menos meia hora, como em uma meditação, me deixo levar pelas ondas energéticas e vibrações emanadas pelos gigantes de pedra. (não é a toa que os sherpas chamam o Everest de Sagarmatha ou Chomonlugma (Deusa Mãe Terra). A sensação é indescritível. Ouvir as nuances dos sons dos ventos, cheirar os humores da terra, acompanhar os rasantes dos falcões e se tiver sorte, se maravilhar com faisões imperiais. Pisar no gelo, tirar as botas , deixar os pés respirarem, comer um delicioso sonho de valsa e sonhar com uma vida melhor. Simples, muito simples. Depois fotografar, fotografar e fotografar e finalmente chamar o guia e retomar a caminhada. Existe preço para isso? Para mim, não. Aprendi a amar e a respeitar as montanhas.Em troca, elas me dão a paz que eu preciso.
Text and Picture by Franklin Nolla- Ladhak-Índia-Himalayas